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Na última Zum! entendemos um pouco mais sobre como validar suas ideias de negócio, entender se vale tirar a sua ideia do papel, discutir seu potencial e priorizar iniciativas. Passo fundamental para qualquer empresa e startup. O Business Model Canvas ou o Lean Canvas são ferramentas poderosas para documentar suas proposições de negócio.
Neste momento você deve estar se perguntando: agora que entendo que vale a pena montar meu negócio, por onde começar?
Bem, essa é mais uma etapa de validação, claro. Na realidade, a partir de agora, tudo é incremento e deve gerar valor, mas com foco em decisões centradas nos usuários e informada por dados (se você quiser saber mais sobre data driven, leia a Zum! Big Small Data, escrita pelo Andre Scofano).
Que tal começar por seu produto mínimo viável (MVP) ou, melhor ainda, MLP, do inglês, o produto mínimo amável ♥. Para quem ainda está começando e deixando todo mundo na mesma página, o que é um produto mínimo viável? Com os objetivos de negócio claros e muitas hipóteses em mente, o mais indicado é definir por onde começar e como.
Assim, o MVP é a primeira versão do seu negócio a ir para o mercado. É o menor conjunto coerente de funcionalidades, produto, serviço e jornadas, que tenha início, meio e fim para os usuários/clientes e que permita a validação das principais premissas da empresa ou startup.
Conseguimos fazer isso de algumas maneiras, que ilustramos a seguir. Mas antes, gostaríamos de lembrar de deixarem os comentários por aqui também, para promoverem as discussões e aprofundamentos relevantes sobre o tema. Pensem neste artigo como também incremental, assim como um MVP, começamos pelo começo, mas o final é feito em conjunto com vocês ;)
Tá bem! Mas como montar o meu MVP?!
1 - Entenda seu usuário (extrapolando aqui, seu público alvo) e ilustre suas jornadas de usuário: como ele ou ela entra em contato com a sua empresa até virar um usuário ou cliente? Isso serve para duas coisas fundamentais. Primeiro, garantir que estamos entregando valor para os usuários já nesta primeira versão da sua empresa (o MVP!). Depois, ter uma jornada clara traz coerência para a execução quando o trabalho está em construção, já que é uma linguagem comum entre todos que serão envolvidos. Que tal começar pelo padrão:
"Como <usuário> eu procuro um <produto, tarefa, atividade, serviço> para resolver o problema <descrever o problema> ou que traga um benefício <descrever o benefício>"
Para quem é de template, segue um abaixo.
2 - Foco e pragmatismo! Construa suas soluções de forma coletiva, mas com grande foco na rápida criação e execução deste a primeira versão do seu produto ou serviço. O trabalho em conjunto é a soma de repertórios entre profissionais multidisciplinares, mas cuidado para não ficarem muito no campo das ideias sem focar na execução.
Recomendamos o Project of How, que tem uma coletânea impressionante de métodos e metodologias. A dica aqui é simples. Faça uma vez. Depois você nunca mais vai parar.
3 - Coloque no Papel (ou Tela)! Agora que você tem as funcionalidades (as partes) necessárias e coerentes da primeira versão do seu negócio, é hora de desenhar exatamente como as coisas se darão, seja interface, seja serviço, seja fluxo, etc. De fato, tocar o grafite no papel (ou o pointer na tela) é necessário para tangibilizar o que vem na sequência.
Fazemos isso de duas formas, no geral. Uma forma menos sofisticada, que o mercado chama de low resolution (ou baixa resolução) é o mais próximo que você terá de um rascunho. Um desenho sem sofisticação, mas que ajuda nas conversas de time e também em alinhamentos com os usuários/possíveis clientes.
Abaixo um exemplo de fluxo de baixa resolução para um produto digital, mas que fez o time tomar decisões importantes para o usuário e o negócio. Os pontos destacados são fruto de uma votação democrática do time envolvido em torno do que consideravam de maior valor versus menor valor.
Além disso, é mais rápido desenhar e alinhar do que usar softwares complicados!
Avançando em outros tipos de tangibilização, qualquer profissional também pode optar por projetar fluxos, serviços e interfaces com mais sofisticação. Demora mais, mas é uma ferramenta valiosa de alinhamento e validação com usuários e clientes, já que pode trazer uma realidade bem tangível do que irá a mercado.
Na prática, os benefícios são os mesmos dessa etapa, onde é muito importante estar conectado aos usuários e também às premissas de negócio que você construiu com o Business Model Canvas.
Alguns softwares que podem ajudar nessa construção. Invision, gratuito e intuitivo, Diagrams, para fluxos e diagramas, Google Workspace, uma maravilha para trabalho colaborativo e Marvel App, próprio para prototipação, independente da sofisticação.
4 - Teste! Teste! Teste! Agora você tem tudo necessário para entender o real valor de seu MVP para as pessoas e também para suas ambições de negócio. Como, até aqui, o investimento de tempo foi controlado e sendo observado de perto, a tendência é que o processo traga todos os artefatos necessários para você voltar ao usuário e validar, uma última vez, se suas hipóteses permanecem de pé da forma como foram tangibilizadas e construídas. O mais importante é: aprenda com isso, mexa e incremente se for necessário e se prepare para ir para o mercado! A hora de lançar está chegando 🚀
5 - Colocando o MVP no mundo! Existe muita tecnologia barata e acessível para validar o seu negócio e criar o seu MVP. Para quem trabalha com conteúdo a plataforma Substack é uma opção que te ajuda a crescer uma base de usuários relevante e dá a opção de cobrança para conteúdo premium (A Zum!, aliás, roda nesta plataforma!). Wordpress, Netlify, Magento, Shopify são sistemas de gerenciamento de conteúdo (CMS) que te ajudam a criar sites, e-commerces, etc com rapidez e praticidade. Para quem quer validar a venda de produtos específicos, por que não usar marketplaces existentes como MercadoLivre, OLX, Magalu, Enjoei, como canal de vendas sem ter que gastar com a construção e marketing de um site próprio? O próprio Instagram hoje oferece excelentes ferramentas para venda de produtos! Pesquise antes de decidir fazer algo com tecnologia própria. Ferramentas existentes barateiam e agilizam a execução do seu MVP!
6 - Dados! KPIs! Métricas! Acompanhe agora o valor das entregas. Recomendamos neste ponto a leitura da Zum! sobre KPIs e métricas de Experiência de Usuário, mas observe também ferramentas de analytics clássicas, como Google Analytics. Tenha total clareza nas poucas métricas que definem o valor e sucesso do seu MVP!
Lancei meu MVP, mas…
E se eu fizer tudo isso e não acontecer o que eu esperava? Bem, então você para, avalia, observa novas oportunidades e faz tudo novamente! ;) Por isso é muito importante ser incremental, permitir o erro e ser rápido para aprender e refazer.